Um dia, um lugar

I

Um dia, um lugar, serena paisagem

Pássaros cantarolavam nos ninhos

Rosas, saltérios, à borda de espinhos

Verde da mata, qual uma miragem

Um dia, um lugar, uma canção

Quando flores germinam primaveras

Arvoredos sorriem e laceram

Pois que sussurrem à imaginação!

Apreciei-te nas cascatas ao longe

Qual bosque que se perdia entre águas

Que mesmo longe, sorria-me bastante

E refletia minha vida de mágoas

Lá qual jazia um efêmero instante

Te achei linda como o surgir infante

II

Um dia, num lugar, uma casinha

Lágrimas nos olhos, logo a alegria

Ao calor e ao choro em todo esse dia

Calada que surge, noite, noitinha

Nas ruas teu brilho, amor de repente

Crianças sonhando, num cerne alado

Dentre as janelas, amor postulado

Como lugares auscultando gente

Todos queixumes, olhares felinos

Toda capela soando seu sino

Hoje não é dia, dia de morte...

Ruas sem sina, “Ides peregrinos!”

Como o destino, perdido e felino

Que achei de quimeras, ´inda menino

jairomellis
Enviado por jairomellis em 17/03/2007
Reeditado em 17/03/2007
Código do texto: T415752
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