Um dia, um lugar
I
Um dia, um lugar, serena paisagem
Pássaros cantarolavam nos ninhos
Rosas, saltérios, à borda de espinhos
Verde da mata, qual uma miragem
Um dia, um lugar, uma canção
Quando flores germinam primaveras
Arvoredos sorriem e laceram
Pois que sussurrem à imaginação!
Apreciei-te nas cascatas ao longe
Qual bosque que se perdia entre águas
Que mesmo longe, sorria-me bastante
E refletia minha vida de mágoas
Lá qual jazia um efêmero instante
Te achei linda como o surgir infante
II
Um dia, num lugar, uma casinha
Lágrimas nos olhos, logo a alegria
Ao calor e ao choro em todo esse dia
Calada que surge, noite, noitinha
Nas ruas teu brilho, amor de repente
Crianças sonhando, num cerne alado
Dentre as janelas, amor postulado
Como lugares auscultando gente
Todos queixumes, olhares felinos
Toda capela soando seu sino
Hoje não é dia, dia de morte...
Ruas sem sina, “Ides peregrinos!”
Como o destino, perdido e felino
Que achei de quimeras, ´inda menino