Relicário
Quando a vida se apraz em ser tortuosa
No coração, subtraindo um relicário,
O que fica é um manto mortuário,
Cobrindo a dor que avança vagarosa.
A alma chora entre as contas dos rosários,
Caminha por estradas tenebrosas,
Colhendo espinhos ao invés de rosas;
De joelhos, sucumbindo aos santuários.
Quando as respostas são todas obscuras,
Ficam as noites sombrias e escuras,
Mesmo que os anjos nos queiram dizê-las.
O corpo agita-se em franca abstinência
Daquele amor, que é sempre, em essência,
A luz que a escuridão quer das estrelas.
Gigio Jr – (Poemas da Chuva – 2013)