Soneto do Abandono
Carrego comigo uma alma sem paz,
Já fatigada da triste amargura
E desta maldita dor que é tão pura
Que o inferno à minha vida ela traz
Estou perdido e não tenho um passado
Só existem pedaços de quem eu fui
E hoje em minh'alma somente flui
A fúria de um rancor não controlado
E agora, já no fim da caminhada,
Prestes a ausentar-me deste mundo:
Minha existência é igual a nada
Sou somente um poeta moribundo
Abandonado no meio da estrada
Que leva ao niilismo profundo