Ê, lá em casa!
Tal qual um simplório trabalhador,
Que em demasia observa a rua,
E, no ensejo de uma bela curva,
Apropria-se de qualquer destemor.
Ao ver-te cruzar o canteiro,
Desafiando nossos arquitetos,
Com um belo corpo, em desacato,
Capaz de tirar um homem do eixo.
Em seu humilde cortejo, confiou.
Com toda fé de um sobrevivente,
Bradou um discurso permanente.
Assim falou aquele sonhador
- Envolto de tamanha insistência -
“Quero-te em minha residência!”