AMETISTA
À noite, sinto às vezes calafrio:
Inês vem-me ao colo se deitar.
Aquece-me Inês se estou com frio...
E eu ao ver que é Inês, fico sem ar...
Não sei se é mentira ou é verdade,
De tanto vê-la assim ficu confuso.
Não é Inês! Por certo a realidade
Engana meu encanto pelo uso...
Tantas vezes a vi assim tão perto,
E em tantas vezer fui aos lábios seus
Nas falhas instintivas de um deserto.
E fora ela apenas uma deusa,
Uma entidade viva que por certo
Na antiguidade nunca apareceu,