Meu bolo

Meu bolo

(Um alexandrino, para variar)

Já não existe trigo como antigamente.

Embora eu tente, o bolo nunca sai perfeito.

Eu faço com capricho, porém não tem jeito,

sai tudo errado, sola, não fica atraente.

Tudo bem com o forno, sempre muito quente

como o sangue que corre dentro do meu peito.

Fermento novo e a forma também sem defeito,

talvez a ansiedade é que atrapalha a gente.

Tomo conta demais, devo deixar rolar,

porém perder meu tempo eu não vou mais agora.

Se eu abro o forno, sola, mas preciso olhar.

O bolo que se dane, que eu vou mundo afora!

Pois já que não dá certo, é só pra apoquentar,

eu vou jogar, prometo, todo o trigo fora.

Gilson Faustino Maia

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 23/02/2013
Código do texto: T4154820
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.