BRASA QUE QUEIM, FLECHA QUE MATA. soneto-342.

Colocaste dentro do meu peito sem alforria,

Uma brasa viva que me queimou as entranhas,

Alguma coisa brusca aconteceu-me aquele dia,

Que enlaçou-me em suas aleivosas artimanhas.

Pois atingiu-me o coração como uma fecha,

Fincando-a profundamente a ponto de não sair,

Rasgou-me as carnes deixando-me uma brecha,

Que até hoje sangra tal qual quando a me ferir.

São tantas sutis flechas com um veneno mortal,

Que escapam pela boca sem um controle afinal,

Maliciosas palavras que dissestes sem pensar.

Elas são as brasas que queimam o meu interior,

Arde fundo na minh’alma o causticante calor,

Mata-me a tal ponto de não deixar-me sossegar.

Cosme B Araujo.

22/02/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 22/02/2013
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