Nada feito.
Se acaso tu vieres e me vires,
Em outra direção, te peço, mires,
Sou quase o que teria já não sido
Sou resto funesto da libido;
Sou o silêncio que perturba teu ruído,
Eu sou aqui o que queres alhures,
O nada feito do teu sonho inatingido,
Sou navegante que perdeu-se dos teus mares.
Segue a navegar tua nau errante
E aportar em qualquer porto, mas distante,
Pois contigo a convivência só me mata.
Se a lua nunca mais se fez tão prata,
Distante das tuas curvas, tombos, espinhos,
Vou, saudoso de trilhar teus descaminhos!
JRPalácio