Nada feito.

Se acaso tu vieres e me vires,

Em outra direção, te peço, mires,

Sou quase o que teria já não sido

Sou resto funesto da libido;

Sou o silêncio que perturba teu ruído,

Eu sou aqui o que queres alhures,

O nada feito do teu sonho inatingido,

Sou navegante que perdeu-se dos teus mares.

Segue a navegar tua nau errante

E aportar em qualquer porto, mas distante,

Pois contigo a convivência só me mata.

Se a lua nunca mais se fez tão prata,

Distante das tuas curvas, tombos, espinhos,

Vou, saudoso de trilhar teus descaminhos!

JRPalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 22/02/2013
Reeditado em 22/02/2013
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