Descansem No Meu Leito Solitário

"Eu deixo a vida como deixa o tédio

Do deserto, o poento caminheiro"

(Álvares de Azevedo)

Quando em meu peito romper a frágil fibra que o envolve

Não derrame uma lágrima por mim em face dolente

Não deixais que a minha perca seja a tristeza que a volve

E que a saudade não marque esse rosto inocente

Não quero ver rostos tristes em minha despedida

Mulheres chorosas como carpideiras

Sentimentos de dor sufocando alegrias contidas

Na minha passagem derradeira

E no caminho fatídico ao monumento funerário

Na alameda principal que leva até o jazigo

Deixai que o meu corpo seja entregue solitário

E quando os dias passarem será anunciado no alto do campanário

Uma recordação para as lembranças de familiares e amigos

Em um domingo ensolarado no santuário

Kaynne
Enviado por Kaynne em 22/02/2013
Reeditado em 27/02/2013
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