Descansem No Meu Leito Solitário
"Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro"
(Álvares de Azevedo)
Quando em meu peito romper a frágil fibra que o envolve
Não derrame uma lágrima por mim em face dolente
Não deixais que a minha perca seja a tristeza que a volve
E que a saudade não marque esse rosto inocente
Não quero ver rostos tristes em minha despedida
Mulheres chorosas como carpideiras
Sentimentos de dor sufocando alegrias contidas
Na minha passagem derradeira
E no caminho fatídico ao monumento funerário
Na alameda principal que leva até o jazigo
Deixai que o meu corpo seja entregue solitário
E quando os dias passarem será anunciado no alto do campanário
Uma recordação para as lembranças de familiares e amigos
Em um domingo ensolarado no santuário