-Candura-

Oh! Como é linda essa tua moldura!

Que te prende num mistério, silente

Em teu olhar cândido, já tão dolente

Beldade rara de mais pulcra tristura!

Paralisado olho fiel para tua ternura

P'ros afrescos traçados suavemente

Pelos dedos puerís de anjo clemente

Retratando assim, a tua real pintura!

Num olhar que enternece este viajor

Já distante, perdido, vago em torpor

Inebriado em êxtase, nesta aventura...

Em cada gesto, o teu sopro é louvor!

Para este errante, zeloso guardador,

Do teu segredo, mistérios e candura...

Valdívio Correria Junior, 22/02/13