Memórias
Filhas de tempos e de homens, de Histórias...
O Tempo que as cria e também devora;
De minuto a minuto, de hora em hora,
Nascem memórias e morrem memórias
Paridas de mitos e de oratórias,
Ante as guerras e disparos de pólvora,
Ante a atroz fome desse Ego que alvora
Os homens e todas suas estórias.
O homem quer educar a própria ação,
Cada memória e cada abstração,
Feita de seu Ego de paranoia!
Guarda memórias num porão soturno,
Numa fome maior que a de Saturno
Comendo um filho no quadro de Goya!