Ironias
Me odeie, meu grande amor embevecido,
Como se eu fosse o último refúgio;
Me ame, meu grande sonho apetecido,
Como se eu fosse o único subterfúgio;
Ame ou odeie, mas não se esqueça de mim,
Que inda lhe guardo solene em meu peito;
Como uma doce ilusão, por vezes ruim,
Que tantas vezes me deixou sem leito;
Lembre-se da alegria que nunca foi,
Dos tantos planos que jamais tivemos,
Quanta coisa perdida que se foi...
Quanta coisa que já não volta mais
Onde estão as lições que não apredemos?
Guarda este amor que já tanto faz!