Mea Culpa
“Não me fale da tua dor”, disse-me ela,
“Se meu nome um dia foi de linda flor,
Dessa flor nem mais sinto o seu calor,
Porque a dor hoje é minha corruptela.”
Está vivo, ainda, seu inesquecível olor,
Que na memória ainda arde como vela;
E toda a minha ilusão e tristeza desvela
Demonstrando o quanto ela é meu valor.
Quanto tempo vivemos daquela devoção?
Deixando fluir sem par a nossa emoção.
Nem sei como eu vivo hoje meio-morto.
Amada, sei que fui para ti um anjo torto,
Mas contigo me sentia em total conforto,
Fostes minha única e derradeira comoção.