Mea Culpa

“Não me fale da tua dor”, disse-me ela,

“Se meu nome um dia foi de linda flor,

Dessa flor nem mais sinto o seu calor,

Porque a dor hoje é minha corruptela.”

Está vivo, ainda, seu inesquecível olor,

Que na memória ainda arde como vela;

E toda a minha ilusão e tristeza desvela

Demonstrando o quanto ela é meu valor.

Quanto tempo vivemos daquela devoção?

Deixando fluir sem par a nossa emoção.

Nem sei como eu vivo hoje meio-morto.

Amada, sei que fui para ti um anjo torto,

Mas contigo me sentia em total conforto,

Fostes minha única e derradeira comoção.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 19/02/2013
Reeditado em 19/02/2013
Código do texto: T4148507
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