Oh, Cervantes!
Minhas esperanças são já defuntas.
Tão jovens que partiram sem receios,
Tentei prendê-las, mas não tive meios,
Deixaram-me sem dó e sem perguntas.
Vieram com as graças, foram juntas.
E, doi-me o peito agora, sem receios,
Um peito dantes de esperanças cheio
Transborda dores que são moribundas.
Ai! que dor! que tristonha desventura
Sinto-me doente sem haver cura
Desfaleço em meus versos, só, perdida,
Cervantes certo estava em suas lembranças,
Pois que, uma vez perdidas esperanças,
Também se perdem as razões da vida.