CRENÇA
Creio na luz que se apresenta consistente
e dá contorno ao ocre beiral do meu telhado,
na singularidade das brancas nuvens e na evidente
harmonia que se vê por todo lado.
Creio no verso que se ilumina grandioso,
estrela nascida do meu entendimento,
no pássaro que faz seu belíssimo pouso
no frágil azul da tarde e/ou no vento.
Creio na paz que há de manter-se incólume,
nos homens probos, na face clara da verdade,
no que há de mais belo, no que há de mais fausto.
Enfim, creio na vida; simplesmente creio
que um dia há de acabar esse período feio
de procela, de agitação, de sobressalto...