SINA

Poeta eu não sou, amarga asceta

Escrevo em desagravo desta sina.

Há muito, descuidada essa menina

Nos versos leigos, se sagra pateta.

Piada que sobrar o mar repleta...

Desertos desse mundo que alucina...

E o resto escorrerá pela latrina...

Quem pode avaliar, obra completa?

Vontade de fugir dessa bandida

É verso que eu recito convencida...

É causa mor dos atos que eu cometa...

Eu fico à parte, inerme da vendeta,

Que não me renderia um só vintém...

Que salve-me da inglória, há, ninguém...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 15/02/2013
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