Lamentação por tua alma
Das cartas de Alia para Bened, trechos de uma história ainda em estado de construção.
Ó, quão triste é velar-te à noite enquanto chamas
Por tua d'antes ditosa esperança, que morta
Deixa-te amargo e vil, porquanto a mim importa
Menos a visão tua que o pranto que derramas
Minh'alma, que se atrela a esta tua, espera ciente
O alvorecer supremo e altivo de tua glória
Mas, não posso esquecer que esqueces a vitória
Gravada nua em uma estátua tua, silente
Poderias esquecer as dores um minuto?
Poderias tu deixar tuas queixas resoluto,
Ou já não te é erguer possível d'um mergulho?
Se, levantas, por fim, o teu rosto e me vês
Posso a oferta aceitar que um dia então tu me fez
Mas, senão, só terás junto a ti o teu orgulho
03:52 - 15/02/13