AÇOITES....
Um lamento, um chorar que alucina,
Por tanto tempo esse compasso de dor.
A marcação da nau, amor escravo, e seu feitor,
Determinando a minha sina....
Queimando-me sem o toque,
Sentido que o amor não precisa,
Transcendendo em essência incisiva,
Num pulsar, sentir, doer... Em choque.
Minha é a matéria que sofre,
Junto à alma que agoniza,
Zumbidos e marcas de chicote,
Açoites, solidão não ameniza,
A cada noite, saudade bate forte,
No peito de quem a dor se eterniza.