SONETO ESTRAMBÓTICO

Soneto Estrambótico – Assim conhecido pela sua excentricidade, quando se acrescenta mais um, dois ou, mais comumente, até três versos à sua estrutura normal. Isso se dá quando o poeta não consegue conter toda a sua ideia aos seus 14 versos originais ou, até mesmo, quando o autor quer, por mera conveniência, extravagar.

Na verdade, esse tipo de poesia foi pouco usado pelos poetas consagrados. Porém, quando se valiam desse recurso, mantinham, como é de praxe a todo poeta consciente, as necessárias e rigorosas formalidades inerentes ao verdadeiro Soneto Italiano, destoando apenas quanto ao número de trísticos (tercetos) que passavam de dois para três. Esse adendo era chamado de estrambote ou estramboto, em alusão ao termo derivado do italiano “strambotto”, que significa extravagante, irregular.

Em síntese, o Soneto Estrambótico, hoje muito raro ou em desuso, nada mais é que um soneto anormal, ou, simplesmente, não é um soneto perfeito, mas sim um autêntico poema no que se refere à métrica, à tonicidade, à disposição e às rimas. A propósito, é bom que se frise bem: só podemos chamar de Soneto, de Soneto mesmo, aquele em que o poeta segue rigorosamente as regras estabelecidas por Francesco Petrarca. Fora isso, a simples disposição de um poema em dois tetrásticos (quartetos) e dois trísticos (tercetos) não passa de mero Poemeto. Portanto, conclamo aos beletristas que respeitem o Soneto Italiano como tal, como foi idealizado, assim como está claramente estabelecido no currículo escolar da Língua Portuguesa, no que tange à versificação.

Soneto, uma obra perfeita,

da mais sublime expressão!

Poeta, que é poeta, respeita,

não usa o seu nome em vão!

Melhor que dar é estar Presente

(Soneto estrambótico em decassílabos heroicos)

É Natal, Ano Novo, aniversário...

mais comemoração disso e daquilo!

Porém, seja lá qual seja o cenário,

há um certo costume que eu repilo!

Presentes! um ritual desnecessário,

só comércio... Não é justo admiti-lo!

Os amigos presentes, ao contrário,

tornam o ambiente mais ledo e tranquilo!

O presente, portanto, que me agrada,

vale muito e não custa quase nada,

humanamente prático e acessível!

Vem da demonstração simples de amor,

permitindo, ainda, sem nenhum favor,

sua retribuição no mesmo nível!

Em festejos de amigos e parentes,

entendo ser melhor que dar presentes,

é estar presente, sempre que possível!

Genilton Vaillant de Sá
Enviado por Genilton Vaillant de Sá em 12/02/2013
Reeditado em 19/02/2013
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