Soneto da Impostura

Deus me concebeu livre e soberano

Para criar minha biografia

E pincelar na de outro ser humano

Mil gotas de afeto em policromia

Para fazer bem mais do que é preciso

O que é preciso é ‘inda muito pouco

É como a linda boca sem sorriso

Pra quem ama tanto que é chamado louco

O homem me fez escravo temeroso

Julgou, sentenciou e me prendeu

Nas estreitas amarras do egoísmo

Tratou-me com espírito nanismo

Tirou-me parte do que Deus me deu

Quiçá meu bem mais precioso

Joao Carlos Rocha
Enviado por Joao Carlos Rocha em 12/02/2013
Código do texto: T4136548
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