FERIDAS...
Admito em minh´alma a existência da tua candura,
Posto não poder negar fato, mesmo que essência,
Ou negaria a mim mesmo, sentindo a consequência,
Ao que me revelam as feridas, dessa forma tão dura.
Não me valeram as sombras de proteção tão frágil,
Que tua luz sempre penetrou de maneira não gentil,
Embora tenha tentando o meu coração não mentiu,
Expondo-me aos teus olhos, dessa forma tão fácil.
Se hoje sou livro, aberto quais minhas feridas,
Leituras de tantas idas e vindas de minha dor,
Sendo maior a de saberes ser a não esquecida,
Aquela da alma, da qual mais emana esse ardor,
Enquanto existir me nega, posto seja a ferida,
O símbolo vivo do que um dia chamei de amor.