ENTRETESSER

A vida, nunca saiba pelo encanto,

Há tanto desolar no sol nascente,

Que o doente de amar, se o amor é santo,

O espanto a trovejar, será frequente.

Fluente sobre o mar, o nosso entanto

É manto a rendilhar a pele ardente;

Cadente estrelejar, cadente pranto,

Que o canto deste amar, apenas sente

A causa indefinida, a consequência

Ou ciência que a vida nos tivera

Na pantera da estranha penitência.

Mas pudesse no Amor, jogar ao mundo

O fundo que esta flor de ocaso encera

Dessa esfera que apanha o ser profundo.