OLHOS TURVOS DE LICOR

Lascívia! Esta faz de mim o que não sou,

Leva-me ao escuro de mi'alma apodrecida,

Faz da inocência uma quimera esquecida ,

Mostra no espelho o rosto feio que me restou.

Tal é este mundo insensível em que ,só, ‘stou

Qual é mia psique fria e feia... Estarrecida,

Deveras tétrica e assombrada pelo dia

Que a luz mostra a alma lacrimosa que ficou.

As lágrimas, os prantos...E as simples mentiras

O Desejo, a paixão e o calor da mia dor

São o epitáfio, da loisa, em que jaz meu amor...

Tormentoso é meu peito cheio de mias iras

Turvos os meus olhos de pecados e licor

Já não sei se sou só um amante, ou pecador...

... Mas sei que sou um bardo... Construindo mia lira...

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 10/02/2013
Reeditado em 10/02/2013
Código do texto: T4133128
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