OLHOS TURVOS DE LICOR
Lascívia! Esta faz de mim o que não sou,
Leva-me ao escuro de mi'alma apodrecida,
Faz da inocência uma quimera esquecida ,
Mostra no espelho o rosto feio que me restou.
Tal é este mundo insensível em que ,só, ‘stou
Qual é mia psique fria e feia... Estarrecida,
Deveras tétrica e assombrada pelo dia
Que a luz mostra a alma lacrimosa que ficou.
As lágrimas, os prantos...E as simples mentiras
O Desejo, a paixão e o calor da mia dor
São o epitáfio, da loisa, em que jaz meu amor...
Tormentoso é meu peito cheio de mias iras
Turvos os meus olhos de pecados e licor
Já não sei se sou só um amante, ou pecador...
... Mas sei que sou um bardo... Construindo mia lira...