Ingás
Ingás
Ingás!Macios, doces, suculentos,
assim são os teus lábios, ó, cabrocha,
ardentes, mais ardentes do que a tocha,
alimentada pela brisa e ventos.
Morena, que entre flores desabrocha,
e vive dentro em mim, nos pensamentos,
razão de meus penares e tormentos,
do meu viver silente feito a rocha.
Ingás, doces ingás, que os passarinhos
perfuram com as pontas dos biquinhos,
e que provocam sempre os meus desejos;
macios, suculentos, tentadores,
razão de meus anseios, meus ardores,
são esses lábios teus, cheios de beijos.