Bela morena!
Nas águas deste pélago abismal
Não mais, estacionam as flores...
Foi-se toda clareza ... magistral.
E não há mais beleza nas cores.
– Ó, aurora divina!... – celestial!
Dai-me pureza... Dai-me os amores!...
Andejo corrompido... – desigual.
Sem destreza ... perdido... com dores!...
Estou só!... Ó, lamúria... imperante!
E foram-se as noites brilhantes...
Rogo teus caprichos... musa plena!
Ah, ensejo sem glória... Sem lume!...
Inda sinto teu cheiro... teu perfume!...
Estás em meu pensar... bela morena!
(Airton Ventania)