DESPREZO
Sinto viver assim tão desprezado
No silencio brutal da solidão
Contemplando este mundo desgraçado
No qual ninguém de mim tem compaixão.
Fui sempre um pobre ser desventurado
Exposto ao vendaval da maldição,
Tenho o peito pela dor esfacelado,
O meu viver é uma atroz expiação.
A minha alma a sofrer horrivelmente,
Carrega a sua cruz constantemente,
Sem achar um conforto o pobrezinho...
Ás vezes, eu assaz, impaciente
Interrogo a meu Deus onipotente:
Haverá uma dor igual a minhA?