Soneto aos meus brinquedos
Como ia longe minha imaginação
quando brincava no chão do meu sertão
Besouros viravam tratores, palitos eram
pernas e braços dos meus atores.
Da carnaúba o cavalo de talo fazia
E se corria pelos capins da mata
Com sonhos repletos de magia
E a alma repleta de uma vida grata.
O maxixe era um bezerro
A lata virava caminhão
e nos montes de aterros
Tecia a doce ilusão.
Das estradas era o engenheiro
serpenteando e mapeando o chão
sem precisar de valores ou dinheiro
Criava e reinventava, brinquedos de João.