ALVORADA
Eis que surge o Sol... Nasce no horizonte.
Brilha seu raio qual ouro radiante.
Luz dos vates, inspiração dos amantes,
que ofusca o olhar e queima a fronte.
Na alvorada, ei-lo atrás dos montes:
inspira o artista um quadro semelhante.
Clareia o canto dos pássaros errantes,
o som dos ribeiros, o murmurar das fontes.
Mais uma vez nós damos graças: é dia!
Luz que pelas frestas do quarto irradia
para nossas vistas dormentes irritar.
E das cavernas o ruído dos morcegos
que, frenéticos, se acomodam com medo
de que um feixe de luz possa ali entrar.