PRIMAVERA AZUL
O ser que és tu agora, minha amiga,
Não é ainda o ser que tu serás.
Por que é que insistes em olhar pra trás
Sem ver a placa à frente dizer: Siga! ?
Ou imaginas que se sofre em vão
Quando do seu porvir se está seguro?
Conserva os olhos fixos no futuro
Que concebeste no teu coração.
Não penses ser a morte um empecilho
Pois tens como vencê-la, à luz do Filho,
Que a direção te dá, de norte a sul.
Podes fazer, se queres, de tua vida,
Por mais que tenha sido ela doída,
A tua eterna Primavera Azul.
(Interação ao "Soneto Triste", da poetisa Primavera Azul, abaixo transcrito, mediante autorização).
1. SONETO TRISTE
As dores que chorei na triste infância
Deixaram-me estas marcas tão sentidas.
As lágrimas choradas com constância,
Levaram-me a ser sempre incompreendida.
Ao longo desta vida empedernida,
Entendo com tristeza e grande ânsia,
Que as mágoas que senti quando criança,
Estão comigo aonde vou na vida.
Mas todo o sofrimento do passado,
E alguns poucos momentos de melhora
Com noites de insônia intercaladas
Me fazem perceber em boa hora
Que as dores que passei, amarguradas,
Me fazem ser o ser que eu sou agora.
Autora: Primavera Azul