PRIMAVERA AZUL

O ser que és tu agora, minha amiga,

Não é ainda o ser que tu serás.

Por que é que insistes em olhar pra trás

Sem ver a placa à frente dizer: Siga! ?

Ou imaginas que se sofre em vão

Quando do seu porvir se está seguro?

Conserva os olhos fixos no futuro

Que concebeste no teu coração.

Não penses ser a morte um empecilho

Pois tens como vencê-la, à luz do Filho,

Que a direção te dá, de norte a sul.

Podes fazer, se queres, de tua vida,

Por mais que tenha sido ela doída,

A tua eterna Primavera Azul.

(Interação ao "Soneto Triste", da poetisa Primavera Azul, abaixo transcrito, mediante autorização).

1. SONETO TRISTE

As dores que chorei na triste infância

Deixaram-me estas marcas tão sentidas.

As lágrimas choradas com constância,

Levaram-me a ser sempre incompreendida.

Ao longo desta vida empedernida,

Entendo com tristeza e grande ânsia,

Que as mágoas que senti quando criança,

Estão comigo aonde vou na vida.

Mas todo o sofrimento do passado,

E alguns poucos momentos de melhora

Com noites de insônia intercaladas

Me fazem perceber em boa hora

Que as dores que passei, amarguradas,

Me fazem ser o ser que eu sou agora.

Autora: Primavera Azul

Lúcio Gama
Enviado por Lúcio Gama em 05/02/2013
Reeditado em 04/08/2013
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