VENENO
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Na triste solidão destes meus dias,
Eu bebo d’um amargor tão concentrado;
Insone, pelas noites tão vazias,
À sombra da minh’alma e seus pecados...
Rabisco uns poucos versos d’agonias,
E choro a minha dor em fortes brados;
Em lágrimas tão densas, nostalgias,
Que gritam alucinadas pelos lados...
Não tenho as esperanças e os sonhos;
Só trago aqui comigo esta tristeza,
Roubando-me a certeza de ter sorte!
Os haustos deste cálice tristonho,
É fel d’uma amargura tão coesa;
Veneno que trará a minha morte!
Arão Filho
São Luís-Ma, 04 de Fevereiro de 2013.