Num sonho sem fim
Ela, até então, não se conhecia
E pensava tudo que ela não era.
Não havia alegria, não havia,
Não havia dor; não passou de mera
Sombra, um sonho, uma vil dramaturgia.
Ela não sabia, e se pôs à espera
De encontrar um fim ou uma teoria
Que explicasse toda a sua própria esfera.
Quando finalmente olhou para a sua
Própria alma, era só vazio, era nua
De sentido, de essência; um mero sonho!
Uma personagem que alguém sonhou
E escreveu num só soneto tristonho
Que virou poesia, e nunca acabou!