Atos de Escrita
Liberto nas palavras, sigo expurgando as desnecessidades
O porão de pensamentos por vezes expele traços borrados e tortos
Atingindo a superfície, adquirem novas formas e tonalidades
Jardim a permear o viver, a pura consciência sobrevive entre os mortos
Declaro que o perecível, é o que não nos cabe no pleno sustento
A honra que nos torna forte, é advinda das boas ofertas ao entorno
Eis que ofertar é sorrir, dispor as mãos dando pausa ao lamento
Pois a centelha que germina a vida, é provedora do bom contorno
Nesta lírica caminhada, não há espaço para arrogância
A soberba torna-se inócua ainda em primeira instância
Substancial e protéico, são os atos de escrita
Que permitem ao escriba o alimento que lhe é etéreo
Som que sustenta a alma no mais límpido estéreo
São as notas que nos salvam, a cura simplesmente prescrita