Menor

De quando fui menino ainda resta

Uns livros, uns rabiscos, a saudade

Do límpido frescor das velhas tardes,

De minha avó beijando-me na testa.

À noite de domingo ainda empresta

O breu da solidão uma metade

Da paz de quando humano de verdade

O peito via em tudo grande festa.

Cresci. Morreu de mim (por baixo) um terço

De risos, de contentamento próprio

E um terço mais por recusar meu berço.

De quando fui menino sinto falta

Cresci mas vejo o mundo do meu ópio

Pois a felicidade é muito alta.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 03/02/2013
Reeditado em 03/02/2013
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