Licença, Bocage!
Tal eu, meu doce amor, minha esperança
De suspeitas cruéis atormentado
Receio que a distância, o tempo, o fado
Te arranquem meus carinhos da lembrança.
Bocage.
Desorientam-se as batidas do meu peito
Pea culpa da distancia, das saudades,
Tornando minhas noites eternidades,
Matando, aos poucos, este sujeito
Acostumado às doçuras do teu leito,
Me vem o sonho em suas atrocidades,
(Sabendo-te um poço de bondade),
Incitar-me a achar os teus defeitos.
Tão longes estás... Eu no meu devaneio,
Atormentado, por um tempo passeio
Na dor de te ver em outros braços.
Em irreais beijos e abraços
Finda-se o sonho... Permanece a esperança!
Meus carinhos vivem em tua lembrança.
Josérobertopalácio