Quando eu partir
Edir Pina de Barros
Quando eu partir, no derradeiro dia,
não chorem companheiros, companheiras,
eu partirei nas asas bem ligeiras,
nas plumas encantadas da poesia.
Irei morar nas águas pantaneiras,
e serei garça, lépida e alvadia,
planando sobre relvas e baía,
olhando os jacarés nas suas beiras.
Quando eu morrer renascerei nos céus,
volitarei nas suas rendas, véus,
das dores e das mágoas esquecida.
Não chorem, não, quem parte e vai feliz,
quem tanto amou, sonhou e tanto quis,
porque viver é eterna despedida.
Brasília, 3 de Fevereiro de 2013.
Livro: Poesia das Águas, pg. 117