TUAS AGRURAS

Inda co’este fel da desesperança,

Inda co’este mo peito acorrentado,

Teu pranto é doce neste céu amargo

Tua agrura é qual ave que airosa canta.

Inda mo levanto co’a tua lembrança,

Devaneio tu chegando pelo prado,

Mas relembro e tão fulo eu louco brado

Mil pragas à tua vida e tua bonança.

Este peito ficou co’a tua herança,

Co’as tuas perjuras e, mui amargurado,

Teceu co’s prantos a doce vingança.

Da tua chaga, já está quase curado

Assiste à desgraça e acomodado

Palmeia tua vida, que aos poucos manchas!

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 02/02/2013
Código do texto: T4119812
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