TUAS AGRURAS
Inda co’este fel da desesperança,
Inda co’este mo peito acorrentado,
Teu pranto é doce neste céu amargo
Tua agrura é qual ave que airosa canta.
Inda mo levanto co’a tua lembrança,
Devaneio tu chegando pelo prado,
Mas relembro e tão fulo eu louco brado
Mil pragas à tua vida e tua bonança.
Este peito ficou co’a tua herança,
Co’as tuas perjuras e, mui amargurado,
Teceu co’s prantos a doce vingança.
Da tua chaga, já está quase curado
Assiste à desgraça e acomodado
Palmeia tua vida, que aos poucos manchas!