NOSSAS MÃOS. soneto-323.
São tantas as mãos que se erguem suplicando,
Sempre a procura de outras mãos a lhes guiar,
Em desesperos por tais mãos ficam esperando,
As mãos benditas que lhes venham a encontrar.
Por tal espera o pranto vem e banha-lhe a face,
Numa ansiedade que não consegue esconder,
Ainda que queira pra essa dor não tem disfarce,
Sem nossas mãos restam-lhes apenas perecer.
Os sofrimentos lhes vêm como as tempestades,
E um sentimento de pusilanimidades os invade,
E se acabrunham em fase de flagelante condição.
A suspirar ante mísera e horrenda necessidade,
Agora mais do que antes, sente falta na verdade,
Do suprimento que se encontra em nossas mãos.
Cosme B Araujo.
01/02/2013.