DESENGANOS
Daqueles versos que um dia eu rasguei,
se algo deles ainda então restar,
pequena lembrança pode ser que há
de um engano que um dia eu sonhei.
A miragem que um dia eu contemplei
não está aqui comigo. Onde está?
Desvaneceu-se espalhada pelo ar
como o sonho que um dia eu apostei.
Tal vento que jamais se pode apalpar,
foi tudo o que tenho eu vivido
daquele engano que estava a sonhar.
Aqueles versos que os tenho transmitido
é mister que eu pudesse então rasgar
para esquecer o que tem me consumido.