O Metrônomo

Não caminho na fria eternidade,

Nem lá quero caminhar algum dia.

Minha alma é uma escrava sem alforria

Nesse corpo de vil salubridade.

Neste cárcere da imortalidade;

Feito de ossos, tendões e carnes; vias

Oscilam, agitam a eurritmia

Da dor, da alegria, da infinidade.

Há apenas um motor nesta cadeia

Sanguinolenta, de órgãos, de veias,

De carbono. É ele o Panóptico e Nomos

Que orquestra espasmos, convulsões e calma;

Dança e brinca com as emoções da alma,

O mecânico Coração-Metrônomo!

Vitor Costa
Enviado por Vitor Costa em 27/01/2013
Código do texto: T4108149
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