ASAS NO VITRAL...
Chuvaradas, trovões, relampeados... homem
da roça, do ensejo, toda noite vela,
subitamente, escuta um estrépito ruído no vitral, e ele
levantou-se, a fim de ver o que seria...
era um ser alado, exposto aos ventos,
tremia; a água da chuva o molhara,
sua asas, no vidro da janela úmida e fria,
batia. . . homem brejeiro então, abre a janela...
em suas mãos, em delicadeza, toma-o, observa feliz
o inseto, é uma abelha-mestra de um abelheiro
recolhe-a ao afago caridoso e aconchegante,
e as duas asas trêmulas, carmesim,
num sopro tenro seca-lhe... se assim não fosse,
as abelhas não haveriam nos verões....
Romulo Marinho