Aquilo que não pude encontrar
Quer seja pelas falas, ou no calar que me enterras
Por muito querena, teu baloiçar por dizer me inquieta
Por hora então faz-me torturosa, teu falar me negas
Cuja fala me vem por qualquer dita frase incerta
Adormeço entre teus seios, finjo ao redor não ver
Aguardo-te num sussurro brando, para me despertar
Mas cá, aconchegado, percebes e nada queres dizer
Pois seria pecado a ti o meu rogado sonho malograr
Oiço, um soluço, que me é perene do prantear
Olhos serrados, dou-te em pressa para dizer-me
Logo engoles depressa, o abrolho para me o negar
Então faz-se consolo o teu sofrimento que se dá
E pedi-me num olhar para de ti não esquecer-me
Dar-se dia, oiço choro, amor eu vi, de ti não há.