O poema perfeito
Quero, nessa página, algo supremo
Um poema mais que perfeito, irreal
Só não posso cometer o erro fatal
De ser mal visto; é só o que temo...
Sou um poeta como outro qualquer
Apenas acredito em minha literatura
E, para qualquer verso que eu fizer
Sei os limites da poética conjectura
Escrever um poema exato... será?
Se ninguém ainda o fez, quem o fará?
D'onde posso tirar versos tão perfeitos?
Talvez esse poema apareça um dia
E o poeta genial cegamente ria
Sem perceber os inerentes defeitos...
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Esse poema foi originalmente publicado no livro "O Exterminador de Sonetos" (1ª e 2ª edição)