A última noite de um poeta
Sob o sol da noite quente, que queima
Sob a lua de prata pura, sem valor
Sobe uma angústia, sem sentir dor
Desce uma tristeza que ainda teima
São madrugadas, escuras e silenciosas
Onde minha pena se faz solene escrava
E na frieza da letárgica e vil palavra
Sou um autor sem letras pretensiosas
A solidão, descrevo em um vil soneto
Em minha pele, grudado, um manto preto
Se misturando à sombra que me domina
E nesta noite, na qual me peguei a ler
Os últimos escritos, filhos de meu ser
O conto de minha vida enfim termina
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Poema ganhador de Menção Honrosa no "XIV Concurso Nacional de Poesias - Edição Rui Barbosa" e publicado no Antologia "Panorama da Literatura Brasileira Contemporânea - Poesias Selecionadas - Volume 2"