Soneto do amor desperdiçado

Se puderes acolher o coração abnegado

Demover o peso bruto do deslize cometido

Nosso gesto comovente tecerá o apartado

E idílio jamais visto alijará o sucedido

Se quedares como nume e absolveres o pecado

Aceitares resoluta o regresso do marido

Alçarás ambas as almas deste posto combalido

Ao domínio sempiterno do amor escancarado

Por isso, vida minha, serei servo do teu tempo

Sem embargo da agonia que corrompe o meu peito

Com tristeza pelo ardor depositado ao relento

Mas não demores ou te sorvas passo estreito

Não adies arduamente o brinde máximo ao rebento

Nem me deixes aguardar-te solitário neste leito

Diego B Ramalho
Enviado por Diego B Ramalho em 23/01/2013
Reeditado em 18/10/2013
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