Soneto do amor desperdiçado
Se puderes acolher o coração abnegado
Demover o peso bruto do deslize cometido
Nosso gesto comovente tecerá o apartado
E idílio jamais visto alijará o sucedido
Se quedares como nume e absolveres o pecado
Aceitares resoluta o regresso do marido
Alçarás ambas as almas deste posto combalido
Ao domínio sempiterno do amor escancarado
Por isso, vida minha, serei servo do teu tempo
Sem embargo da agonia que corrompe o meu peito
Com tristeza pelo ardor depositado ao relento
Mas não demores ou te sorvas passo estreito
Não adies arduamente o brinde máximo ao rebento
Nem me deixes aguardar-te solitário neste leito