O Louco

Eis cá o louco da eterna loucura;

Alma e loucura imortal e suprema;

Se prende ele à terra a que o tempo algema,

Mas procura, nela, alguma fissura.

Desvendando, entre os traços da amargura,

A desventura da loucura extrema,

Até a própria alma, num miúdo poema,

O Louco clama, blasfema e depura.

E é ele, o Poeta, que está condenado

A explorar este mundo inexplorado,

A cair nas fendas deste mundo oco

E encontrar, nas entranhas, onde fica

O lírico encanto que justifica

Os seus delírios imortais de louco!

Vitor Costa
Enviado por Vitor Costa em 22/01/2013
Reeditado em 01/03/2013
Código do texto: T4098880
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