QUE…?
"Como posso explicar em brando verso
Doce prazer, se o peito nunca o sente?"
Já não pode a minh'alma descontente
Decidir ser feliz nesse universo…
Permitam-me dizer num fado adverso:
Na dura vida, eu vivo amargamente,
U'a tristeza contínua a alma sente!…
E a aflição 'stá contida no meu verso.
Sou vítima da triste desventura
E escrava d'uma atroz melancolia!
A mágoa é o verdugo da tortura
E a dor — o relicário d'agonia.
Vós que sabeis do mal que me afigura…
"Que quereis que vos diga d'alegria?"