QUE…?

"Como posso explicar em brando verso

Doce prazer, se o peito nunca o sente?"

Já não pode a minh'alma descontente

Decidir ser feliz nesse universo…

Permitam-me dizer num fado adverso:

Na dura vida, eu vivo amargamente,

U'a tristeza contínua a alma sente!…

E a aflição 'stá contida no meu verso.

Sou vítima da triste desventura

E escrava d'uma atroz melancolia!

A mágoa é o verdugo da tortura

E a dor — o relicário d'agonia.

Vós que sabeis do mal que me afigura…

"Que quereis que vos diga d'alegria?"

angelk
Enviado por angelk em 21/01/2013
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