Tempo

Nascendo e morrendo, tudo passando,

Morrendo em abismos antiabortivos.

As súplicas e rezas cessam quando

Palavras já não alcançam os vivos.

Todos já vão trêmulos e partindo

Para onde se nega fechar cortinas;

Por mais lágrimas que aluda chorando,

Não se pode suprimir as ruínas.

Há quem troque as lágrimas e a lamúria

Por fúria, fúria, fúria, fúria, fúria!

Com fé que o tempo seja nulo e ralo!

E aos que desabam lágrimas ao pranto,

Só o esquecimento de tudo é tanto

Amargo consolo para enxugá-lo.

Vitor Costa
Enviado por Vitor Costa em 21/01/2013
Reeditado em 21/01/2013
Código do texto: T4096886
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