Tempo
Nascendo e morrendo, tudo passando,
Morrendo em abismos antiabortivos.
As súplicas e rezas cessam quando
Palavras já não alcançam os vivos.
Todos já vão trêmulos e partindo
Para onde se nega fechar cortinas;
Por mais lágrimas que aluda chorando,
Não se pode suprimir as ruínas.
Há quem troque as lágrimas e a lamúria
Por fúria, fúria, fúria, fúria, fúria!
Com fé que o tempo seja nulo e ralo!
E aos que desabam lágrimas ao pranto,
Só o esquecimento de tudo é tanto
Amargo consolo para enxugá-lo.