NESSA TERRA DE GIGANTES

Quem procura entre prados a beleza?

Quem a conhece pelo seu odor?

Quem sabe, no perfume de uma flor,

Distinguir dos dons a natureza?

Quem faz do seu labor uma alegria?

Quem reparte com o mundo a doçura?

Quem, então, intentaria esta loucura:

Trocar "fel da vida" por "mel o dia"?

Um poeta (o que não sou e admiro),

Uma abelha, cujo favor não nego

E uma flor da qual respiro o perfume.

Porém eu, que das letras sou vampiro,

Eu que não perfumo sequer um verso,

Para o olfato do amor sou o estrume.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 20/01/2013
Reeditado em 16/02/2017
Código do texto: T4095146
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