NESSA TERRA DE GIGANTES
Quem procura entre prados a beleza?
Quem a conhece pelo seu odor?
Quem sabe, no perfume de uma flor,
Distinguir dos dons a natureza?
Quem faz do seu labor uma alegria?
Quem reparte com o mundo a doçura?
Quem, então, intentaria esta loucura:
Trocar "fel da vida" por "mel o dia"?
Um poeta (o que não sou e admiro),
Uma abelha, cujo favor não nego
E uma flor da qual respiro o perfume.
Porém eu, que das letras sou vampiro,
Eu que não perfumo sequer um verso,
Para o olfato do amor sou o estrume.