CARNAVAL

Sob efeito do vinho, empapuçado,

batendo tambores, ele se ria

cantando, inimigo da melodia,

na calada da noite, embriagado.

Insensato! Reles e malfadado!

Entre loucuras, ainda sente alegria

em beber o cálice que, noutro dia,

deixá-lo-á com o ventre amargurado.

Vai! E por aquilo que música chamas

bata, se instrumento não sabes tocar,

enquanto que nas paixões te inflamas.

E, nessa ânsia de se embriagar,

corre para a madrugada – não reclama

se tua própria vida fores vomitar.