O trenzinho (do caipira) de Villa Lobos
Carrila o trem, nas teclas do piano,
como se fosse a mão de um virtuoso
ou uma ave, pronta para o pouso,
traída pelo canto do soprano.
E segue seu destino, qual cigano,
a ler nas mãos as notas musicais
e a ziguezaguear pelos quintais,
qual um poeta entregue ao abandono.
E vai-se o trenzinho do caipira...
a cada novo acorde, nova lira...
até que venha a última estação.
Depois de dar um último apito,
reverencia, a Deus em tom contrito
por tê-lo aplaudido aqui do chão.
Carrila o trem, nas teclas do piano,
como se fosse a mão de um virtuoso
ou uma ave, pronta para o pouso,
traída pelo canto do soprano.
E segue seu destino, qual cigano,
a ler nas mãos as notas musicais
e a ziguezaguear pelos quintais,
qual um poeta entregue ao abandono.
E vai-se o trenzinho do caipira...
a cada novo acorde, nova lira...
até que venha a última estação.
Depois de dar um último apito,
reverencia, a Deus em tom contrito
por tê-lo aplaudido aqui do chão.